Monday, January 31, 2011

Palavras de Pilar


"Ler é uma forma de criação."

Pilar del Rio

Thursday, January 27, 2011

Tuesday, January 25, 2011

Este é ainda o ser humano que perdura...


Todos os anos, na véspera de Santo Antão, a pequena aldeia espanhola de San Bartolomé de Pinares, perto de Ávila, é iluminada pelo fogo "purificador" de duas dezenas de grandes fogueiras. E na noite do passado domingo, como sempre, os cavalos, as éguas, os burros e as burras de toda a região central da meseta castelhana foram até ali levados pelos respectivos donos, a fim de cumprirem o ritual - por vezes assustador - de saltarem as fogueiras acesas em honra do patrono dos animais. Só que os cavaleiros, para além de serem voluntários, estão mais protegidos das chamas do que os desprevenidos equídeos, o que está de acordo com a linha das tradições de recorde bárbaro desenhadas à imagem dominadora do bicho-homem.

Texto retirado na integra da Revista Visão de 20 de Janeiro de 2011

Friday, January 21, 2011

Não é meia-noite quem quer


"Há anos que este verso de René Char me persegue. Pensei usá-lo como título de um livro, como coda para um capítulo, fazer variações em torno dele num texto qualquer. Não fiz nada, até agora, porque me anda na cabeça mas não me aparece na mão, e só consigo escrever com os dedos, os miolos não pegam na esferográfica. Por qualquer motivo obscuro o bico da caneta não o aprova. E, no entanto, volta não volta lembro-me dele."

"Começo a fazer esta crónica com pausas dado que a mão vazia, parece que tropeça na página, lá se recompõe, a pobre, ameaça desmaiar de novo, um livro na estante, não sei ao certo onde, à minha esquerda, acho eu, principia a conversar comigo, pergunta uma coisa que não entendo bem, não lhe respondo, faço um gesto sem destino na esperança de contentá-lo, o livro cala-se, que esquisitos os livro, tanta barulheira às vezes."

"Uma ajudinha amigo
e fico aqui a ler, na mesma mesa em que rabisco as páginas, que silêncio nas coisas, que vazio, não é meia-noite quem quer, rodeio-me de pessoas que não existem, sinto-me cheio de palavras que não amadurecerem ainda, não palavras, larvas de palavras, imagens que surgem e se desvanecem, desfocadas, fugidias, peço a mim mesmo
- Uma ajudinha amigo"

António Lobo Antunes, in Visão 20 Janeiro de 2011

Tuesday, January 18, 2011

Em campanha?


Hoje falo sobre a Campanha Eleitoral para a Presidência da Republica. Ou, esperem lá... estamos em campanha não estamos? Bem, partindo do princípio sim, há muito pouco a comentar. Para falar verdade, não tenho memória de uma campanha eleitoral assim, tão vazia, tão insípida (e olhem que estou a ser meiga nos adjectivos...)... O dia 23 está aí e ainda não sabemos quais são os projectos de cada candidato.
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E os dias vão passando entre injúrias e chalaças. Nada de novo. E o povo vai assistindo alegremente, ou não, ao arremesso de larachas (que coisa bonita!)...
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E o país encolhe e a sociedade murcha!

Monday, January 17, 2011

Ouvir como quem ama



E disseste baixinho: Não sei o que fazer com o resto do amor...
Aproximei-me e pousei os meus lábios nos teus...

Sunday, January 16, 2011

Ausência


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branda, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
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Carlos Drummond de Andrade

Subsiste o vazio...


Quando as palavras ficam presas na linha que nos separa...

A natureza é (in)flexível?


Há uma enorme dificuldade em abrir os olhos das pessoas. Comovê-las e destroçar-lhes a alma, é fácil; difícil é fazer com que a luz lhes penetre o cérebro. Que benefício existe em mudar-lhes os sentimentos, se estas continuam no mesmo registo dos idiotas?
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Jonh Ruskin

Saturday, January 15, 2011

É por aí...


Quando te dás recebes mais do que dás,
pois não eras nada e tornas-te algo.
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Antonie de Saint-Exupéry

Friday, January 14, 2011

Com os olhos fechados ou não?

Se levantar o meu olhar para a janela do local onde trabalho - é uma janela grande rasgada na parede e que rasga a paisagem também -, vejo umas quantas manchas brancas que povoam esta pequena e simpática localidade e vejo o azul de um céu imenso (onde às vezes gostaria de morar...!)... Mas, se me levantar da secretária onde vou tomando umas quantas notas, e olhar para a mesma janela, vejo, tão nitidamente, os telhados e as paredes caiadas do casario que vai pincelando esta janela - que mais me parece um quadro natural -, vejo as árvores, vejo a praia e vejo o mar... E, se entretanto te quiser ver... terei de me sentar e de me recostar na cadeira e fechar os olhos... assim...

Para o bem e para o mal

As quatro coisas que não voltam para trás:
A pedra atirada,
A palavra dita,
A ocasião perdida
E o tempo passado.
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Autor Desconhecido

Wednesday, January 5, 2011

O regresso

Peço-te que não digas nada, fica apenas. Descansa das tuas viagens e respira a meu lado o tempo que quiseres, saberás então, se chegas-te a casa ou não!
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Devagar pousei os olhos, despi-me do medo e o teu calor ajudou-me a sonhar!

Tuesday, January 4, 2011

Apagão no INE



Agora é o apagão no Instituto Nacional de Estatística (INE).
O INE vai mudar - mas atenção! -, em pleno ano de crise económica e social, a metodologia de recolha e actualização de informação. Até agora, esta recolha era efectuada através de entrevistas presenciais que serão substituídas por entrevistas telefónicas.
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Esta, aparente, pequenina alteração vai trazer estragos elevados no que diz respeito a análise e processamento de dados quando pretendermos compará-los com períodos homólogos, ou, melhor dizendo, não poderão ser comparados - afirmou o INE.
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Porquê agora? Porquê neste momento tão sensível? Estas são algumas perguntas que apresento.
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O INE, prevendo estas questões, adiantou-se nas explicações, dizendo que começaram a existir "algumas dificuldades" na colaboração por parte das pessoas na obtenção das respostas.
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É pena não poderem ver a minha expressão facial, mas neste momento estou com aquele ar meio amarelo... incrédula! Mesmo assim, ainda me assaltam mais perguntas, por exemplo: Seriam as pessoas tratadas com a dignidade que se impõe?; Estariam presentes as condições de privacidade necessárias?; E quanto aos funcionários, teriam a postura, espaço e a formação necessárias e adequadas para exercerem a recolha destes dados?; E agora, estará o INE certo de reunir os contactos telefónicos actualizados?; Saberá que uma grande parte das pessoas já não tem telefone fixo?; E quanto aos telefones móveis, saberá que muitas pessoas hoje tem um numero e amanhã poderão ter outro?; E os custos de estabelecer ligações telefónicas para redes móveis, estarão contempladas?
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Mas que trapalhada vai sair daqui!!! Trata-se apenas da minha antevisão. É certo!
Parece-me um apagão oportuno. Digo oportuno e reforço-o, pois neste ano tão extraordinariamente complicado e sensível a quem não interessará estabelecer comparações com indicadores clássicos de mercado de emprego em Portugal? Taxas de desemprego? Ritmos de criação de postos de trabalho? Ritmos de destruição de postos de trabalho? São tudo questões relacionadas com estatísticas, informações úteis e necessárias para quem deseja compreender o percurso que Portugal estará a tomar.
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Parece-me mesmo oportuno... este tal apagão!
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O ar amarelo com que fiquei, afinal é figado!!!

Monday, January 3, 2011

Uma ternura

És a minha melhor qualidade. Foi o que disse. Assim... sem mais!

Saturday, January 1, 2011

BOM ANO NOVO!


Desejo, para 2011, um país subitamente mais equitativo, mais responsável, mais cumpridor e mais justo. Portanto, um país mais civilizado!
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BOM ANO!