Um sopro neste silêncio!

O número de famílias que perdem a casa não para de aumentar.
O desemprego está cada vez mais ambicioso e, em contraponto, a criação e oferta de emprego cada dia mais tímidas.
Atrasamos a entrada dos mais jovens, no mercado de trabalho, desenvolvemos cursos, fabricamos formações nisto e naquilo. Tudo porque não existe emprego. Não existe! Assim, vamos entretendo os nossos filhos e adiado o seu ingresso na fase adulta. Paralelamente, mantemos mais alguns postos de trabalho, os formadores. E, é desta forma, que de curso em curso criamos uma geração que acumula canudos! Pena é, não poderem aplicar todo o capital de conhecimento que reúnem! E a vida, vai ficando adiada para mais tarde!
Os ordenados apresentam-se mais magros, alguns mesmo anorécticos.
Filas matutinas e densas, salas apinhadas de pessoas cobertas de urgência, este é o retrato dos Centros de Emprego um pouco por todo o país. É um trabalho sem tempo, sem futuro, sem braços e, principalmente, sem soluções.
Os idosos estão cada dia mais sós. Dizem que a maioria está. A sua magra reforma, justifica agora, trocarem os Lares de Terceira Idade, onde confortavelmente se encontravam, por uma casa e uma família há muito esquecida. Despejados agora num quartito exíguo, com a solidão por companhia… Sabe Deus!
As mensalidades em atraso nas escolas privadas não param de aumentar.
Crescem as refeições no banco alimentar.
Os assaltos já não obedecem a uma regra lógica. Ou aparentemente lógica. Não existe um fundamento, as motivações são muitas, mas crescentemente, de entre todas, estará com toda a certeza, a fome. O alvo pode ser qualquer pessoa e qualquer estabelecimento, em qualquer lado a qualquer hora... Tratamos por tu, esta questão e já não exibimos admiração quando damos de frente com a notícia de que o café que frequentamos, todos os dias, para tomar a bica, foi assaltado.
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As pessoas estão cinzentas, tristes e sombrias. O olhar é perdido e carregado.
Chove sem parar! O silêncio é perturbador!