Wednesday, April 15, 2009

Nunca sabemos...



“Falava sobretudo de amor e solidão, esta dor tão bem disfarçada diante de nós, que nos cruzávamos todos os dias com ela e não desconfiávamos de nada.
O caderno não incluía as cartas do namorado. De resto, recebeu poucas: nove em oito meses. Lysia contava-as, obviamente. Guardava-as, relia-as constantemente. Onde as guardava? Talvez junto ao coração, junto ao corpo, junto à pele, como escreveu.
Poucas cartas, porquê? Falta de tempo? De espaço para as escrever? Ou de vontade? Sabemos sempre o que os outros representam para nós, mas nunca sabemos o que somos para eles.”

Philippe Claudel, in “Almas Cinzentas”

3 comments:

Anonymous said...

...TUDO!

Beijinho
jmc

Anonymous said...

Eu não sei mas adivinho.

Anonymous said...

Gostava que falasses de mim assim...