Saturday, November 5, 2011

És a minha voz?

És a minha voz? Perguntei. Andavam às voltas com uma conversa inconsequente, daquelas que vai a nenhures. Por isso insisti: És a minha voz? Era uma voz dorida, despida e em silencio. Era uma voz sem forma, sem imagem, mas mesmo assim, uma voz. És a minha voz? Continuei. Mas aos poucos, a voz foi-se encerrando num lugar distante, num tempo desviado de agora e de nós.

És a voz do beijo que ficou por dizer. Respondes-te por último.


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