Sentes agora? Sentes essa força estranha que te impede de pensar mais e mais longe, e até, mais perto de nós? Sentes essa sede? Essa vontade desgovernada? Profunda urgência - digo-te eu!
Lembrei-me agora, há muito tempo que gostava de deixar entrar aquela luz, aquele tempero constante e ameno, nas palavras que, tão delicada e teimosamente pousávamos na cama. Uma e outra, e mais outra ainda, e depois tantas. Muitas mesmo. Palavras que construímos com as nossas bocas, com as nossas mãos e até com os olhares que fomos guardando em nós! Tenho-lhes saudades! Tantas!
Fecho os olhos e sinto essa força encorpada, um desconsolo crescente que nos corta! Sinto essa força – de que falo tantas vezes – mas agora encerrada de medo, num corpo doido de tanto silêncio! Talvez seja um desengano o que sinto... o tempo que não chega lá, onde fomos tantas vezes…
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