Pousei-as no xaile que trazia. Escolhi-o por se tratar do xaile mais bonito que tinha. Estava guardado, como quase tudo de que gostamos muito… Guardamos para o fazer perdurar mais no tempo e entretanto gozamos muito pouco, ou nada mesmo. Mas adiante. Pousei-as, então, dentro do xaile. Era macio. Perfumado. Enrolei-as muito bem e aconcheguei-as ao peito. Dei-lhes um colinho. Embalei-as. E viajei pelo odor mágico que ainda traziam. Eram as minhas memórias… Depois, como que sem pensar, parei a meio de um gesto e fitei-as. Uma última vez. Eram minhas. Eram lindas!
Ficou um silêncio. Só aquele odor. Só aquela magia. Só aquela leveza. Depois, não houve lugar a perguntas, porque não houve lugar a palavras.
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