
Às vezes é preciso dar a mão. Às vezes é só preciso dar a mão. Unir as mãos e ficar... sem pressa! Dar lugar ao silêncio, e usá-lo por companhia. Deixar as palavras lá fora. E ficar cá dentro. Unir as mãos como se dos corações se tratasse e, deixar chorar... Às vezes é urgente chorar. Muitas vezes é necessário chorar. Outras ainda, só lhes resta chorar. E, outras vezes ainda, só conseguem chorar!
Parece simples?! Mas não é. Por norma, ficamos incomodados. Assim, meio sem jeito, e temos dificuldade em gerir esses momentos, e os sentimentos que os envolvem... e depois temos o, péssimo, habito de dizer: "Não chore! Porque está a chorar? Não fique assim!...", e, esquecemo-nos que na maioria das vezes, "o assim" é a forma de chegarem até nós, em muitas circunstancias, a única. Esquecemo-nos que é um modo de agradecimento, que é um abraço e até um beijo. Esquecemo-nos que é uma forma de demonstrarem como as maleitas do coração doem que se farta! Esquecemo-nos de que têm saudades de um tempo que já lá vai, no tempo. Esquecemo-nos que se sentem perdidos, arrumados num corpo que não reconhecem...
Às vezes, esquecemo-nos que não dói embalar o choro... e que é urgente!