Saturday, December 29, 2007

Faltam dois dias



A dois dias de entrar em vigor a nova lei anti-tabaco, deixo um testemunho, na primeira pessoa, de uma ex-fumadora.

Fumei durante catorze anos. Fumava cerca de um maço por dia. Vinte cigarros. Vinte! E, em dias de mais trabalho e, ou, mais stress a tolice era crescente… lá queimava mais uns quantos cigarros!
Um dia decidi. Queria deixar de fumar.
Informei-me. Preparei-me. E, quando estava certa do gesto que iria tomar, procurei ajuda. Fiz auriculoterapia (acupunctura auricular).
Desta forma, separei-me dos cigarros, do vício e, do companheirismo – que gozava, ou pensava que gozava –, desses anos. Ganhei saúde e liberdade. Hoje sou mais responsável por mim e pelos outros. Os efeitos nefastos do tabaco, para a saúde do próprio consumidor são vastamente comprovados e conhecidos. Mas, também o são, ou são-no da mesma forma, para quem não escolheu inalar substâncias cancerígenas, que recebe, sem pedir, sem escolher, duma mesa ao lado da sua, num café perto de todos nós.
Já lá vão 9 anos sem pegar num cigarro, desde o dia 9 de Outubro de 1998.
Sou defensora, na generalidade, desta nova lei. Incomoda-me muito estar a almoçar, a tomar café e gulosamente desfolhar um livro, ou simplesmente, circular descontraidamente num Centro Comercial e, inalar o fumo do cigarro expelido de uns pulmões, seguramente, doentes. Também me incomoda ver os mais jovens e até crianças assistirem a estes comportamentos, dos mais crescidos, e assim, aceitá-los como regra! NÃO É! Tal como me incomoda, estar num ambiente fechado e cheio de fumo. Incomoda, e faz-nos mal!
Sinto dor e arrependimento, hoje, quando penso que durante catorze anos, eu própria, fui egoísta e irresponsável, com o comportamento de fumadora. Estava desacordada!
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Comigo RESULTOU! E consigo?
RESULTARÁ! Assim o queira.


Friday, December 28, 2007

Feliz Ano Novo

Eu acredito que o mundo pode ser um lugar bem melhor!
Façamos por isso.

Feliz Ano Novo!

Um abraço,

cristina torres





Wednesday, December 19, 2007

Feliz Natal



Aos meus amigos e visitantes

desejo um Santo Natal

repleto de saúde,

alegria e muita ternura...Todo o resto se cumprirá!

Abraços,

cristina torres

Thursday, December 13, 2007

Em silêncio


Uma conversa inteira que decorre em silêncio, porque o coração tem a sua própria linguagem.
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Chiu! Apaga a voz e senta-te.




Tuesday, December 11, 2007

Feliz Aniversário


Em pouco tempo transformaste-te num adulto jovem.
Ainda há pouco vivias em mim..., hoje caminhas e seleccionas os percursos que entendes por bem, habitar!
Alegro-me e ofereço-te um sorriso todos os dias, e sempre que os meus lábios te alcançam. Sabes porquê?
O teu colorido abraça a minha vida, desde que és. Possuis uma beleza singular, as palavras com que me brindas, vêm revestidas de um fascínio espontâneo. E o teu olhar? Apaixonante!
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Lá fora, uma vida luzidia à tua espera! VIVE-A, mas bem!
Amo-te todos os dias.
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mãe

Saturday, December 8, 2007

Poema à MÃE


Rainha Santa Isabel muito devota à Virgem Maria sob o título da “sua Conceição”, por sua iniciativa manda celebrar todos os anos na Catedral, a 8 de Dezembro, a festa de Nossa Senhora da Conceição, esta festa de devoção estabelece-se em todo o Reino de Portugal. E, é desta forma, que chega até nós este dia, durante muito tempo festa comemorativa do “Dia da Mãe”, hoje – e por questões económicas –, simplesmente dia de Nossa Senhora da Conceição.

Por mim, hoje, dedico um miminho a todas mães.

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Poema à MÃE

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.

Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha – queres ouvir-me? –
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal…

Mas – tu sabes – a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade in “Os Amantes Sem Dinheiro”

Thursday, December 6, 2007

Quem? Eu?


Não são casos isolados e a sua difusão é preocupante.

Segundo a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), no primeiro semestre deste ano registou-se um total de 4.330 novos processos de apoio, destes, 46,4% traduziram-se em apoio genérico e encaminhamento, 22,2% em apoio jurídico e 19,7% em apoio emocional.
Segundo a APAV as vítimas de crime são, na sua maioria, mulheres (86,9%), casadas (45,6%), com idades compreendidas entre os 26 e 45 anos (31,7%). Os autores de crime são fundamentalmente homens (87%), casados (49,7%), com idades compreendidas entre os 26 e 55 anos (36,4%). Relativamente ao nível de ensino e estrato social, não é possível destacar nenhum em especial. Tanto as vítimas como os autores dos crimes atravessam todos os níveis de escolaridade, bem como, classes sociais. Quanto ao local do crime, 67, 5 % dos crimes ocorreram na residência comum, 10,8% na residência da vítima e 8,2% em lugar/via pública.
Do total de 4.330 processos de apoio, denunciados em seis meses, 85,5% refere-se a crimes de Violência Doméstica.
Relativamente ao ano de 2006, APAV registou 7.935 processos de apoio. Destes, 6.772 referiram-se a vítimas que foram alvo de 15. 758 crimes e 86% do total dos crimes, referem-se a situações de Violência Doméstica.
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Esta cena macaca, só me faz lembrar aqueles tipos de duas faces, incansáveis e dedicados no trabalho e com os amigos. Violentos, precipitados e cruéis em casa. Tipos totalmente destituídos de escrúpulos, de respeito, de princípios e de auto-controlo. Bando cobarde com comportamentos primários.
Os dias estão cheios de exemplos destes, notícias sobre tipos inofensivos e amáveis até, a quem num dia qualquer e, de súbito, mataram a mulher.

Por detrás desta violência escondem-se infinitas causas de consequências inomináveis. Violência no lar, conduz à disfuncionalidade da família, que fortalece e reforça a violência. É um ciclo. Repete-se sempre.
A violência é o recurso dos fracos – isto é um lugar comum –, mas só os mais fortes e seguros de si, sabem usar a inteligência.

Em todas as partes do mundo, as mulheres maltratadas comportam-se de forma semelhante: evitam procurar ajuda, o que contribui para acumular violência. As vítimas são subjugadas e sentem-se encarceradas por falta de alternativas e isoladas por inexistência de informação. O medo, a vergonha, a ausência de protecção e a falta de esperança rapidamente as invade e paralisa. Tratam-se muitas vezes de agressões diárias e contínuas e frequentes e...tão dolorosamente amargadas!
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Deverá a Violência Doméstica ficar abafada? Aceite por inacção? Por laxismo? Deverá ser silenciada? A que preço? Porque razão?

Os maus-tratos físicos e psíquicos são um crime mesmo quando ocorrem no seio da família e constituem fundamento de divórcio quando o agressor é o conjugue. A Violência Doméstica é um crime público punido por lei. Qualquer pessoa pode apresentar queixa, caso seja vítima deste tipo de crimes.

Ter de recomeçar a vida a partir de um momento tão doloroso, é delicado… Há que querer! Hoje, existem programas de acolhimento e protecção para as vítimas.

Em Portugal, estima-se que exista Violência Doméstica em 25% dos lares, digo estima-se, porque só uma ínfima parte das vítimas têm coragem para revelar as agressões sofridas.
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Que sociedade, a nossa, que mantém impunes estes criminosos?
Gente etnocêntrica!
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Alguns contactos úteis:
Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) – 707 200 077
Linha Social de Emergência Social (LNES) – 144
União de Mulheres Alternativa e resposta (UMAR) – 218 867 096
Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica – 213 121 304
Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica – 213 121 304
Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres:
Lisboa – 217 983 000 e Porto – 222 074 370
Associação de Mulheres Contra a Violência – 213 802 160
Associação Portuguesa de Mulheres Juristas – 217 594 499
Fundação Byssaia Barreto (Coimbra) – 239 832 073
Serviço de Apoio à Mulher (Angra do Heroísmo) – 295 217 860
Associação Presença Feminina (Funchal) – 291 759 777