Monday, December 29, 2008

Aos meus Amigos



Bons Amigos

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

Feliz Ano Novo aos meus amigos e a todos os que comigo vão partilhando alguns instantes, por este sítio aqui.



Sunday, December 28, 2008

Movimento UPA




MOVIMENTO UPA – UNIDOS PARA AJUDAR.
LEVANTA-TE CONTRA A DISCRIMINAÇÃO DAS DOENÇAS MENTAIS.

Em 2008, o Movimento UAP apresentou-se como o maior movimento de solidariedade em Portugal. Nasceu no final do ano 2006, quando a ENCONTRAR-SE – Associação de Apoio às Pessoas com Perturbações Mentais Graves –, resolveu juntar vários artistas numa campanha contra o estigma e discriminação deste tipo de doenças.
Vinte bandas de todos os quadrantes e géneros musicais portugueses, assumiram o desafio de todos os meses fazerem um dueto para uma canção sobre temas previamente propostos pela ENCONTRAR-SE, sob direcção musical de Zé Pedro Reis (guitarristas dos Xutos e Pontapés).
O pano de fundo de cada tema musical é alertar para a necessidade obrigatória da mudança. Mudança na forma como se encara o doente e a doença mental. Para isso, cada dueto avançou para cada canção com duas palavras: uma negativa e outra positiva. A negativa está associada aos aspectos preconceituosos, a positiva relacionada com informação construtiva.

Neste Natal, pelas mãos generosas da minha filha, chegou-me o Movimento UPA, seleccionei um dos temas que quero partilhar com todos os que me vêem e ouvem neste espaço. Aqui fica.



“Alguém me viu (mantém-te firme)”
Interpretes: Mariza + BossAC
Tema: Desespero/Esperança


Não me resta nada, sinto não ter forças para lutar
É como morrer de sede no meio do mar e afogar
Sinto-me isolado com tanta gente à minha volta
Vocês não ouvem o grito da minha revolta
Choro a rir, isto é mais forte do que pensei
Por dentro sou um mendigo que aparenta ser um rei
Não sei do que fujo, a esperança pouca me resta
É triste ser tão novo e já achar que a vida não presta
As pernas tremem, o tempo passa, sinto cansaço
O vento sopra, ao espelho vejo fracasso
O dia amanhece, algo me diz para ter cuidado
Vagueio sem destino nem sei se estou acordado
O sorriso escasseia, hoje a tristeza é rainha
Não sei a alma existe mas sei que alguém feriu a minha
Às vezes penso se algum dia serei feliz
Enquanto oiço uma voz dentro de mim que diz …

Chorei
Mas não sei se alguém me ouviu
E não sei quem me viu
Sabe a dor que em mim carrego e a angústia que se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo

Busquei
Nas palavras o conforto
Dancei no silêncio morto
E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo

Não há dia que não pergunte a Deus porque nasci
Eu não pedi, alguém me diga o que faço aqui
Se dependesse de mim teria ficado onde estava
Onde não pensava, não existia e não chorava
Sou prisioneiro de mim próprio, o meu pior inimigo
Às vezes penso que passo tempo demais comigo
Olho para os lados, não vejo ninguém para me ajudar
Um ombro para me apoiar, um sorriso para me animar
Quem sou eu? Para onde vou? Donde vim?
Alguém me diga porque me sinto assim
Sinto que a culpa é minha mas não sei bem porquê
Sinto lágrimas nos meus olhos mas ninguém as vê
Estou falto de mim, farto daquilo que sou, farto daquilo que penso
Mostrem-me a saída deste abismo imenso
Pergunto-me se algum dia serei feliz
Enquanto oiço uma voz dentro de mim que diz …

Chorei
Mas não sei se alguém me ouviu
E não sei quem me viu
Sabe a dor que em mim carrego e a angustia que se
Esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo

Busquei
Nas palavras o conforto
Dancei no silêncio morto
E o escuro revelou que em mim a Luz se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder, nem desistir eu prometo


Thursday, December 18, 2008

Feliz Natal



Os meus mais sinceros votos, neste Natal, para os meus amigos e visitantes são: saúde, paz, muito amor e tempo.
Ofereçam e recebam tempo!

Tempo para estar, conversar, ouvir, pensar e dedicar aos outros. E, tempo para dos outros receber o seu tempo, também!


Um abraço amigo,

cristina torres

Sunday, December 14, 2008

Francamente!

"Eu sei que a política – e a política de oposição – tem de continuar a ser feita todos os dias, com crise ou sem crise. Mas talvez eu esteja errado seja a cultura de oposição entre nós e a própria forma de fazer politica. Um estudo recentemente divulgado diz que só 28,5% dos eleitores portugueses estão satisfeitos com a democracia. O numero é, sem duvida chocante, mas deve ser visto no seu contexto e o contexto é a maneira de pensar do Zé Povinho. Os portugueses confundem a qualidade da democracia com varias outras coisas que não tem a ver com isso: a sua situação pessoal, a situação económica, a qualidade da representação politica. A democracia não governa necessariamente melhor nem pior do que a ditadura, nem resolve melhor ou pior os problemas pessoais de cada um ou a situação económica – embora haja vários estudos que comprovam que, em África, por exemplo, os países economicamente mais desenvolvidos são aqueles onde a democracia está mais implantada. Mas o que a democracia tem de diferente da ditadura é que os erros, a má governação, a corrupção, são publicamente expostos e livremente criticados e a todo o tempo pode-se punir politicamente os responsáveis e mudar o pessoal.
A qualidade do pessoal político e os seus usos e costumes é o que determina a qualidade da democracia – e esse é o segundo erro de análise política do português comum, quando interrogado em inquéritos destes. O português acha sempre que o país se divide entre ‘eles’ – os políticos – e ‘nós’, os eleitores. E que ‘nós’ somos infinitamente melhores, mais puros e mais honestos do que ‘eles’ – os quais, sem excepção, só vão para a política para se servirem e não para servirem o pais. O país comum, em auto-retrato, é um cidadão exemplar: trabalha que se desunha, nunca faz ronha nem mete falsas baixas, não aldraba o patrão nem os vizinhos, não esconde um euro dos impostos, preocupa-se com a comunidade, pensa sempre primeiro nos interesses do país antes de pensar nos seus próprios. Mas, desgraçadamente, é servido por políticos que são o oposto disto. Por isso, não está ‘satisfeito’ com a democracia.
Em retribuição, o grosso da classe política tem tanta consideração pelo povo quanto o povo tem por eles. A diferença é que não alimenta ilusões: sabe que representa o espelho fiel da nação, que, aliás, lhe cabe representar. O que é grave, no tal estudo, não é, pois, que menos de 30% dos eleitores se declaram satisfeitos com a democracia; é que só 60% dos deputados digam isso também. Grave não é que quase 40% dos deputados do PSD tenham faltado a uma votação em que poderiam ter chumbado a avaliação de professores, tal como defendida pelo Governo; grave é que os outros tenham votado de acordo com as ordens dos partido e apesar delas consistirem no oposto do que o partido sempre defendeu e defenderia se fosse governo hoje.
Quando, no centro de uma crise económica mundial sem precedentes, o que mais preocupa o maior partido da oposição é acusar o primeiro-ministro de não a ter previsto, de ser culpado dela em Portugal e de não ser suficientemente pessimista, apetece quase dizer, como diriam os 70% de portugueses insatisfeitos com esta democracia: quem tem uma oposição destas escusa de ir a votos."

Miguel Sousa Tavares, in Expresso 13 de Dezembro de 2008

Saturday, December 13, 2008

Há dias...


São cores que não chegam para acudir alguns dias!

Thursday, December 11, 2008

Parabéns filho



Parabéns filho, hoje o dia é teu!

Com carinho e admiração,

mãe

Saturday, December 6, 2008

As Esquinas do Tempo


Hoje, pelas 16,30, no Diana Bar, Rosa Lobato de Faria apresenta o livro "As Esquinas do Tempo", seguida de sessão de autógrafos.

Monday, December 1, 2008

Saramago no Brasil


José Saramago apresentou o seu novo romance, “A viagem do elefante”, em São Paulo, no Brasil, no mês de Novembro. Com a serenidade dos seus 86 anos e visivelmente bem disposto, mas frágil, foi recebido calorosamente por mais de mil pessoas. Saramago falou do livro, da doença e do amor pela sua mulher, Pilar del Río.


Se não tivesse conhecido
Pilar, teria morrido, com certeza, muito mais velho!

José Saramago

Sunday, November 30, 2008

A força da amizade



"A amizade é quase sempre mais forte que o amor!

......................................................Autor desconhecido

Monday, November 24, 2008

Parabéns Flor


Parabéns pelo sorriso que encontro, todos os dias, no teu rosto!

Sunday, November 23, 2008

Apetece-me sempre!


O som das palavras de Pedro Abrunhosa... apetece-me sempre!

O DIA DEPOIS DE HOJE

Sem sabermos,
A cidade parou,
Uma noite,
Que afinal não chegou.
E tu como um livro, no branco das páginas
E eu a ler-te nas lágrimas,
Que a manhã acordou.
Sem sabermos,
Inventámos a dor.

A vida é um jogo,
Um instante infinito
Um quarto de fogo,
A esconder cada grito.

Sem saber,
Abracei-te demais,
Uma porta fechada,
Os teus passos na escada
A fazerem sinais.

A vida é um jogo,
Um instante infinito.
Um quarto de fogo,
A esconder cada grito.
E Antes do fim,
Antes de ti.

Amanhã, parto contigo.
Amanhã, foge comigo.
Amanhã, longe daqui.
Amanhã, leva-me em ti.

Sem saberes,
Escrevemos as ruas,
Uma sombra,
Desfazendo-se em duas.
E tu como um filme,
Na vertigem da morte
Eu aqui nesta sorte

A mão a um passo da pele.
Sem saberes,
Inventaste-me o céu.

A vida é um jogo,
Um instante infinito.
Um quarto de fogo,
A esconder cada grito
Antes do fim,
Antes de ti.

Amanhã, parto contigo.
Amanhã, foge comigo.
Amanhã, longe daqui.
Amanhã, leva-me em ti.

Sunday, November 16, 2008

Dia da Memória


Dia Mundial em Memória das Vitimas das Estradas, também designado Dia da Memória, é assinalado desde 1995, por iniciativa da Federação Europeia de Vitimas da Estrada, como Dia Europeu em Memória das Vitimas da Estrada. Em 2002, o Papa João Paulo II, promoveu a transição do Dia europeu em Dia Mundial.

O Dia da Memória, assinalado no terceiro domingo do mês de Novembro, tem por missão estimular-nos a intervir no presente e a moldar o futuro, sempre com a memória nas mãos!


Thursday, November 6, 2008

Amanhã, no Diana Bar às 21,30


valter hugo mãe está de regresso à Póvoa de Varzim, amanhã, 7 de Novembro pelas 21,30 no Diana Bar.
Aparece!

Wednesday, November 5, 2008

Barack Obama


Yes, we can!
Yes, we did!

Tuesday, November 4, 2008

Obrigada Zé!


É verdade, quase me ia esquecendo, já agradeceu ao Zé Sousa ter disponibilizado o Magalhães?
Então???

Monday, November 3, 2008

E ficou em nós


Nesse momento, não me lembro bem de toda a sequência de vivacidades...
Embriagada, que estava, no nosso aroma!
Cerrado, encorpado, espesso… nem por isso deixou de ser aroma!
E o mais importante, é que (segura-te!) …
É um carinho que perdura na memória.
E que mexe... e remexe com as entranhas!
E ficou em nós.

Sunday, October 19, 2008

Laços quase tristes

.

Inclinada no momento, desato laços…
É um sossego tão grande, tão profundo, tão vazio, tão calmo que chega a zumbir-me aos ouvidos.
Depois, desembrulho sorrisos sem vontade! Assim… apagados. Quase tristes!
Apenas silêncio. Apenas nada!

Thursday, October 16, 2008

O Nobel não significou nada às portas da morte



“A bondade deve ser defendida pelos bons, mas como é que isso se faz? Não é raro que os meios de comunicação social alimentem o pior que a sociedade manifesta. E a escola, que foi o lugar por excelência da aprendizagem, falhou rotundamente. No século XIX dizia-se que abrir uma escola era fechar uma prisão. Mas cada vez são necessárias mais prisões e as escolas funcionam pior. E há a crise da família, que na realidade deixou de ter o papel que tinha. A questão está em saber o que pusemos no lugar dela.”

“Esta crise está a fazer que se desmoronem muitos princípios liberais ou neoliberais: parece que afinal o mercado não se regula sozinho, que pode colapsar, e então, oh, há que chamar o Estado. Está claro: privatizam-se os lucros, as perdas assumimo-las todos.”

“As causas são conhecidas, as consequências não o são tanto, mas são sofridas por milhões e milhões de pessoas. Portanto, a questão está sobre a mesa com uma urgência que todos nós sentimos: é preciso pensar, propor, actuar… Muita coisa se resolveu, no passado, com a participação dos cidadãos. Ou se ajudou a resolver.”

“Acontece que o Partido Comunista Português, e não é por ser o meu partido, no âmbito parlamentar tem trabalhado muito, faz propostas, apresenta sugestões e ideias, e isso não passa na comunicação social. Há um filtro, tudo quanto vem daquele lado é ignorado. Parece que os jornalistas, de antemão, sabem que se uma notícia não vai agradar ao director, evitam-na.”

“Nós vivemos num tempo que se caracteriza pela irracionalidade dos comportamentos gerais, e pôr aqui um pouco de senso comum, no sentido de que, acima de tudo, o que há que proteger é a vida, e que a prioridade absoluta é o ser humano, é quase impossível.”

“A partir do momento em que vemos o próximo como inimigo, a guerra está declarada. A intolerância não é uma tendência, é uma brutal realidade.”

“Chegámos à conclusão de que a riqueza se alimenta da pobreza, mas de pobres vivos.”

“Porque é que um homem mata a mulher com quem está casado ou com quem vive? A razão principal é que a relação falhou. O que é que impede as pessoas de se separarem?”

“E, como é que se educam os homens? O ser humano é um animal doente porque não é capaz de reconhecer, ou de inventar, o seu lugar na Natureza e na sociedade.”

“A norma vigente manda, mesmo virando as costas à realidade, fazer de conta que se continua a viver nesse «melhor dos mundos» que é a instituição familiar.”

“Há um desajuste entre a velocidade de mudança da sociedade no seu todo e a capacidade de mudança de cada pessoa.”

“Vivemos numa época de esquizofrenia, com um pé no hoje, e até, nalguns casos, vivemos com um pé no amanhã, e o outro pé ficou atrás.”

“Falta-nos reflexão, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma.”

“Não me senti preocupado pelo facto de aquela doença poder vir a resultar na minha morte. Pensava nela no quadro da própria doença e, portanto, algo que podia ser inevitável e, contra o inevitável não podia fazer nada. As únicas pessoas que podiam fazer alguma coisa por mim eram, evidentemente, o pessoal do hospital, os médicos, tu mesma.”

“Sabia que eles estavam lutando para ajudar este velho, e eu podia pensar, e pensei, que eles estariam fazer tudo ao seu alcance para não deixar que fosse lá para o outro lado, para o outro bairro. E havias tu. E havias tu. Porque, no fundo, tu não és médica, não receitaste nada, que me lembre.”

“O que tinha era um desejo não muito consciente, a vontade, era a vontade, de terminar um trabalho começado, como se dentro de mim tudo se revoltasse contra a ideia de deixá-lo inacabado.”

“… envolto nessa enorme serenidade que habita dentro de mim. Enorme, enorme, enorme… No fundo, é como se eu já soubesse tudo. E não é certo, claro que não. Mas há uma forma de sabedoria que, sem querer, evidentemente, creio ter alcançado e que se mantém tal qual, desde que me tornei consciente disso, até hoje, e que espero que se mantenha, porque me dá uma grande força. Não é a energia recuperada, não são os 16 quilos que ganhei sobre o que pesava quando saí do hospital, é outra coisa, como se pudesse dizer a mim mesmo que estou no lugar certo, fazendo o que devia. Bom, mas enfim, a palavra-chave é esta: serenidade. Serenidade.”

“Sabemos que a morte é uma chatice, claro, e no caso dos escritores é uma dupla chatice. O escritor morre e a sua obra, geralmente, entra numa espécie de nuvem negra. Não é que não continue a ter leitores, mas já não é a mesma coisa.”
.

Entrevista de Pilar Del Río a José Saramago, in Revista Única Outubro.11.2008

Tuesday, October 14, 2008

Em viagem


Há pessoas com um coração tão grande que continuam eternamente em viagem!
.
(Autor desconhecido)

Tuesday, September 23, 2008

Reencontro

Ao final do dia se não estivermos juntos, morreremos sozinhos!

(Autor desconhecido)

Thursday, September 18, 2008

Ideias


"Aos 10 anos todos dizem que somos espertos, mas que nos faltam ideias próprias. Aos 20 anos dizem que somos muito espertos, mas que não venhamos com ideias. Aos 30 pensamos que ninguém mais tem ideias. Aos 40 achamos que as ideias dos outros são todas nossas. Aos 50 pensamos com suficiente sabedoria para já não ter ideias. Aos 60 ainda temos ideias mas esquecemos do que estávamos a pensar. Aos 70 só pensar já nos faz dormir. Aos 80 só pensamos quando dormimos."
.
..............................Mia Couto, in Venenos de Deus, Remédios do Diabo

Sunday, September 14, 2008

Dá que pensar

(…) “Na Europa, por exemplo, os velhos são profundamente desrespeitados, aliás, a maioria das pessoas, actualmente, quer ser eternamente jovem, mas um provérbio árabe, largamente usado diz: «Por cada velho que morre, arde uma biblioteca.» Também é muito ocidental esta euforia de ter uma agenda sobrecarregada, uma estratégia bem trabalhada para impedir o acto de pensar, que exige tempo.”

Maria do Carmo Vieira, in Notícias Magazine, 14. Set.2008

Wednesday, September 10, 2008

Discrição?


Ao segundo dia, Portugal já conquistou duas medalhas nos Jogos Paraolímpicos, na modalidade Boccia. João Paulo Fernandes foi medalhado com ouro e António Marques com prata. A medalha de bronze ficou para Gabriel Shelly.
Tudo isto ocorreu em Pequim. Por cá, por terras lusas, e porque somos muito recatados, sem aspirar portagonismo, não se fez ouvir o hino!
.
Tanta discrição? Porquê?
Estes atletas merecem ser o rosto das notícias de hoje. Ou não?

Monday, September 8, 2008

Alegria


"A alegria adquire-se. É uma atitude de coragem. Ser alegre não é fácil, é um acto de vontade".

Gaston Courtois

Wednesday, September 3, 2008

Silêncio das palavras


Estou a ir-me embora, sussurro tão baixinho que,
eu própria tenho dificuldade em ouvir-me!

Palavras que acompanham uma vida
Palavras que fazem a vida
Palavras que seguem com a vida
Palavras que duram uma vida
Palavras que dão sentido à vida
Palavras soltas pela vida
Palavras sentidas na vida
Palavras vividas numa vida
Palavras nascidas da vida
Palavras alcançadas na vida
Palavras que expiram com a vida
Palavras que caem na vida
Palavras silenciadas pela vida
Palavras que ficam.
Palavras tuas. Palavras minhas. Palavras.
Palavras que valem o que valem. Mas valem!

Acredito que é cedo para guardar o silêncio das palavras que,
insistentemente,
me pedem para ficar!



Aqui



Aqui ninguém precisa falar para dizer que é feliz!

Tuesday, August 26, 2008

Friday, August 22, 2008

Nélson Évora



Nélson Évora, o atleta de ouro, conduziu, hoje, os portugueses ao degrau mais alto do pódio.
(Ah! As flores que recebeu, ofereceu-as à mãe!)


PARABÉNS!

Tuesday, August 19, 2008

Pequim, tudo muito fora do anormal. Ou não?


"Nós preparamos os atletas desportivamente, mas culturalmente não, a educação não é connosco. É para o povo português. Todos temos de ter educação, olhar para a bandeira e saber que temos o povo português todo atrás de nós. Não podemos esquecer isso e não devemos defraudá-lo. Exijo apenas profissionalismo e brio para prestigiar Portugal", palavras de Vicente Moura, hoje, em Pequim.
.

Agosto, 19, 2008 in Jornal de Notícias on line (13h14m)

Finalmente Pequim!




"Vou aproveitar para reflectir no que fiz e depois recomeçarei a treinar. Isto foi apenas a primeira etapa".

"Na vida, às vezes as coisas não correm bem, mas se acreditarmos em nós e nas pessoas que estão à nossa volta, é possível atingir os objectivos".

"Agora quero é chegar a casa, ficar sozinha e desaparecer por algum tempo. Não quero ser o centro das atenções porque não tenho feitio para isso. Gosto de conseguir as coisas, mas passar ao lado da confusão".
.
Agosto, 19, 2008 in Jornal de Notícias on line (00h30m)
.
A felicidade da Vanessa é a nossa!
E as suas palavras são nossas também!

Adocicado




É um cheiro adocicado, este! Levemente a limão.
É um sorriso rasgado e um humor que, sinceramente, me sabem bem…
Esta noite... fico contigo!

Saturday, August 16, 2008

Férias


...mas visito-te todos os dias!

Saturday, August 9, 2008

Encontro-te todos os dias


Dizem que o amor está em todo o lado. Confirmo. Tropeço nele, e
encontro-o no tempo, nos lugares…
nos momentos que damos aos outros, nos gestos, nos sonhos,
no ar ... e até nos odores presos às palavras que são nossas!
Não soubeste ou não quiseste esta forma autêntica de amar, a
que faz as pessoas ficarem juntas no pensamento e no ar…
Será que ainda posso ter aquela mulher?
Será que alguém ma trás de volta?

Friday, August 8, 2008

na hora de pôr a mesa, éramos cinco


na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva, cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

José Luis Peixoto, in "a criança em ruínas"

Monday, August 4, 2008

Aleksandr Solzhenitsyn




Solzhenitsyn nasceu em Kislovodsk (Rússia) a 11 de Dezembro de 1918 e faleceu, ontem, dia 3 de Agosto de 2008 na sua casa, em Moscovo. Foi Prémio Nobel da Literatura em 1970 e ficou eternizado com a obra “O Arquipélago de Gulag”, publicada a 23 de Dezembro de 1973.

Em 1945, enquanto capitão e ao serviço do Exército Soviético na Segunda Guerra Mundial, ousou criticar Estaline – através de uma carta que escreveu a um familiar ou amigo –, foi preso e condenado a 8 anos de trabalhos forçados, seguidos de exílio perpétuo. A primeira parte da pena cumpriu-a em campos de trabalho do sistema prisional soviético, destinados a criminosos e presos políticos da União Soviética – “Gulag”. Em 1953, Solzhenitsyn iniciou a segunda parte da pena, o exílio, no sul do Cazaquistão.

"Gulag" funcionou de 1918 a 1956 e tornou-se num símbolo da repressão da ditadura de Estaline. Estes campos tinham por propósito silenciar e torturar opositores ao regime e estima-se que nestes campos tenham morrido cerca de 50 milhões de pessoas.

Solzhenitsyn denunciou a violenta opressão que se vivia na União Soviética, exemplos disso são as suas obras “O Primeiro Círculo” e “Um dia na Vida de Ivan Denisovich”, mas foi através de “O Arquipélago de Gulag” que, Solzhenitsyn tornou visível ao revelar ao mundo – incluindo a própria União Soviética –, as atrocidades e selvajarias ali aplicadas.

Denunciando, Solzhenitsyn deu a conhecer ao mundo o sistema soviético e, desta forma, concorreu também para o seu fim. As suas palavras ficam, como fica também a sua coragem, bravura e perseverança.


Friday, August 1, 2008

o homem que está...


a morrer da escrita


“Enterneço-me mais com a perdição das mulheres do que com as dos homens. As mulheres sobrevivem muito mais, lutam muito mais, resistem muito mais. Mas se tiverem de morrer fazem-no sem tanta hesitação. Isso fascina-me, seduz-me e enternece-me.”

“Cresci muito calado. O que me entretinha eram as conversas dos outros. Fui guardando personagens dentro da minha cabeça, tonalidades. Aquilo que mais me impressiona tem que ver com as pessoas simples, que aparentemente parecem menos dotadas para a luta da vida e que vistas de perto são as mais resistentes.”

“Tenho uma concepção estranha da morte; acho que é a nossa grande oportunidade. Se não for a morte que nos leva a algum lugar absolutamente incrível, não vai ser rigorosamente mais nada.”

“Tenho esse fascínio de saber o que acontece no momento em que desliga a máquina. Dia sim, dia não acredito na vida depois da morte. Não consigo escapar à ponderação desse momento.”

“Quando a minha mãe soube que eu fugia da escola convenceu-me ao dizer que se fosse à escola ia aprender a guardar as coisas dentro da cabeça. Em vez de lhe perguntar o significado das palavras, aprendia a escrever, guardava tudo e a folha de papel era como uma caixinha. Era como se a minha cabeça entornasse coisas para dentro de uma caixinha. Quis ir à escola aprender aquela magia. Ali comecei a coleccionar as minhas primeiras palavras. A ter com a escrita e com o texto uma relação fantasista em que a realidade era composta por coisas que nem toda a gente vê. Cada um tem que procurar as suas invisibilidades.”

“A dada altura percebi que as minúsculas ligam o texto, aceleram-no, precipitam o leitor. As vírgulas ficam menos virguladas e os pontos menos pontuados. Então as pausas tendem a ser mais breves. Há uma aceleração que se junta a uma certa urgência da história. O leitor fica sem travões.”

“A hipótese de fantasiar ainda mais a minha vida foi-me permitida pela prosa.”


valter hugo mãe, Jornal Público, Agosto.01.2008

Monday, July 28, 2008

Lançamento "o apocalipse dos trabalhadores"


Quarta-feira, dia 30 de Julho, às 21h30, na Livraria Centésima Página, em Braga.
Até lá! Não faltes… vais sentir-te entre amigos e em casa! Vais gostar!

Saturday, July 26, 2008

Dia dos Avós

Hoje, 26 de Julho, é o dia de Santa Ana e São Joaquim – pais de Maria e avós de Jesus –, por essa mesma razão celebra-se, hoje, o "Dia dos Avós".

Um carinho especial para todos.


"Carta para Josefa, minha avó" de José Saramago. Arquivo Fundação José Saramago.


Thursday, July 24, 2008

Insurgente?




Casamento homossexual é uma imposição do princípio da igualdade”, refere Duarte Cordeiro, novo líder da Juventude Socialista eleito a 20 deste mês, no Porto, no Congresso Nacional dos “jotas”.

A Constituição da Republica Portuguesa “proíbe qualquer tipo de discriminação, nomeadamente com base na orientação sexual”. Muito bem! E no dia a dia? Nos mais pequenos e banais gestos? Em que consciência social vivemos? Será que somos todos diferentes?
Quando batemos de frente com a intenção de legalizar um casamento homossexual, constatamos a desordem, a heresia e a hipocrisia em que nos deixamos embrulhar. São muitas as discriminações e os preconceitos borrifados de fés! São muitos os argumentos em rota de colisão com o princípio da igualdade.

O casamento, na sua essência, é um contracto celebrado entre duas pessoas – ponto. Pelas mais variadas razões e motivações, as pessoas encontram-se e decidem enlaçar afectos, companhia, momentos, liberdades e projectos de vida. Vidas! É disso que se trata.
Assim sendo, de que nos serve reunir empreitadas para apregoar a moral e os bons costumes? Para defender o bom-nome da família? Para falar em nome de uma tradição…mais que estafa!

Pela liberdade em democracia, distanciem-nos desta tímida vontade de mudar e centremo-nos no que é mais importante: as pessoas. Haverá liberdade democrática nas tentativas de exclusão?
Países que permitem casamento de pessoas do mesmo sexo: Dinamarca (1989), Holanda (2001), Bélgica (2003), Espanha (2005), Canadá (2005), África do Sul (2006), Noruega (2008), EUA – Massachusetts (2004) e Califórnia (2008). A lista de países onde o assunto está em discussão é vasta, e Portugal tem de avançar!

Serão precisos mais argumentos?
Uma sociedade democrática?
Uma sociedade dogmática e (des)informada?

Sunday, July 20, 2008

Um verdadeiro bico-de-obra


Ainda há quem teime em alimenta-los.
Essa história de dar milho aos pombos... não! E n
ão é só por mim… é por eles!

Wednesday, July 16, 2008

Parabéns Paulinha

Paulinha,

Seleccionei e embrulhei cuidadosamente para ti, em papel colorido e com uma fila vermelha, palavras de Florbela Espanca.
Deixo-te a sós, com elas!


Amar

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui… Além…
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É Bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… pra me encontrar…

Florbela Espanca, in Eu não sou de ninguém

Tuesday, July 15, 2008

Com o olhar sempre centrado no outro



É um momento sensível, este!
É um momento de procura e de encontro.
É o momento de ficar assim… encostados para sempre!
Sem pressa… mas, com a mesma urgência. A de sempre!

o apocalipse dos trabalhadores

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Já à venda!


“A maria da graça – mulher-a-dias em Bragança esquecida do mundo – tem a ambição, não tão secreta como isso, de morrer de amor; e por essa razão sonha recorrentemente com a entrada no paraíso, onde vai à procura do senhor ferreira, seu antigo patrão, que, apesar de sovina e abusador, lhe falou de Goya, Rilke, Bergman ou Mozart como homens que impressionaram o próprio Deus. Mas às portas do céu acotovelam-se mercadores de souvenirs em brigas constantes e são pedro não faz mais do que a enxotar dali a cada visita.
Tal como maria da graça, todas as personagens deste livro buscam o seu paraíso; e, aflitas com a esperança, ou esperança nenhuma, de um dia serem felizes, acham que a felicidade vale qualquer risco, nem que seja para as lançar alegremente no abismo.
o apocalipse dos trabalhadores é um retrato do nosso tempo, feito da precariedade e dessa esperança difícil. Um retrato desenhado através de duas mulheres-a-dias, um reformado e um jovem ucraniano que reflectem sobre os caminhos sinuosos do engenho e da vontade humana num Portugal com cada vez mais imigrantes e sobre a forma como isso parece perturbar a sociedade.”

..............valter hugo mãe, in o apocalipse dos trabalhadores

Sunday, July 13, 2008

José Saramago







Manuscrito de José Saramago, caderno de apontamentos para "Memorial do Convento", 1982. Arquivo Fundação José Saramago.


Deixei o meu corpo lá fora, não precisava dele agora...
Entrei e demorei-me!


Thursday, July 3, 2008

A viverem o momento mais bonito e feliz das suas vidas


Amnistia Internacional felicitou o resgate, mas exigiu a libertação dos restantes reféns, ainda na posse da FARC.
Colômbia executa sistemáticas violações aos direitos humanos através de assassínios extrajudiciais, desaparecimentos forçados e deslocações da população.

Se for verdade, é a notícia mais bonita da minha vida”, foram as palavras do filho de Ingrid Betancourt.

Vivo o momento mais feliz da minha vida", proferiu a filha.

Wednesday, July 2, 2008

De pé


Porque lutou contra o tráfico de droga.
Porque denunciou no Parlamento e na Televisão uma extensa rede de corrupção.
Porque fez das questões ambientais um fundamento de vida.
Porque foi elemento activo na política.
Porque deixou ficar para trás uma vida serena e recatada e se entregou à causa comum.
Porque fundou um partido político – Oxígero –, para libertar o seu país das mãos de grupos políticos apodrecidos.
Porque não "poupou" o antigo presidente Samper.
Porque viu o seu livro “Raiva no Coração” ser proibido, no seu país, apenas e só por se tratar de uma obra de memórias, mas num registo de denúncias.

Porque falou.
Porque ousou.
Porque nunca demonstrou medo.
Porque nunca vacilou.
Porque lutou.
...
Hoje, Ingrid Betancourt respira liberdade, após seis anos, quatro meses e mais alguns dias, de um tempo… que não foi tempo!
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) raptaram a Senadora e activista franco-colombiana enquanto fazia campanha para as eleições presidenciais e mantiveram-na sequestrada, mesmo depois de Ingrid Betancourt apresentar sinais de muita debilidade física. Mesmo depois de meio mundo se erguer... Mesmo assim... Foi até há bocado.

O mundo abraça-a!
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(Hoje o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, confirmou a libertação de Ingrid Betancourt, três norte-americanos e onze militares.)