Os meus olhos, por vezes, ou
melhor, muitas vezes, pousam em lugares tão distantes… São lugares onde gostava
de permanecer com maior e maior constância. São lugares amenos, cheios de sol e
chuva, são lugares onde o frio não entra e o vento sacode-me as dores e traz-me
o alívio, tão apetecido! Lá longe, onde pouso o meu olhar, reina o silêncio e os
animais sorriem todos os dias. Parece tão pouco? Mas não é!
Lá longe, muito longe, as pessoas gostam, agradam-se
e sorriem muito e ficam. Lá longe, não há pressa, a cadência é agradável e perpetuamente
a mesma… outro dia nascerá cheio de amor de sentir, e, cheio de amor de
partilhar, daqueles amores imensos, gigantescos … acho que é por isso, que as
pessoas, lá longe, muito longe, brilham muito, o amor que respiram não acaba
nunca!
A luz é ternura e quando me
abraça, fico leve, muito levezinha…! Um carinho amorável percorre-me por dentro
e devolve-me as letrinhas e atrás delas as palavras, e muitos sentidos! Lá
longe, muito longe, as palavras nunca se esquecem, permanecem agarradas à voz e
eu gargalho de tanta alegria! Parece tão pouco? Mas não é!
Se soubesses? Se soubesses que só
as palavras me podem trazer de volta… E então, escrevo. É por isso que escrevo!
Escrevo no céu, nas flores, na água que o rio ampara, escrevo sempre. Escrevo
sobre tudo, e escrevo quase tudo, e escrevo do que tenho por perto, como que à
mão de semear… E, é tanto!
Lá longe, muito longe… parece
pouco? Mas não é!
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